domingo, 11 de setembro de 2011

Mais uma vez.

A verdade é que até agora eu realmente não entendo como isso aconteceu. Você tentava tirar de mim o que eu não sabia explicar, de todas as formas. Já não havia mais nenhuma feição em meu rosto mas os olhos permaneciam bem abertos; e foi nessa hora que uma lágrima caiu sem que eu movesse um músculo, simplesmente caiu, e deu lugar a mais outra, e outra e outra, e eu continuava não me mexendo, mesmo o carro estando em alta velocidade e você trocando de pistas a todo momento.
Naquela hora uma música do Marcelo Jeneci tocou no rádio e a palavra "Felicidade" vinha de encontro como uma bala no meu peito, não sabia explicar o que estava acontecendo. Por que cargas d'água eu não estava feliz?!
Eu só queria continuar ali, sentada e sendo levada pra algum lugar.
Até que, depois de alguns minutos, chegamos na minha casa. Era um final de tarde chuvoso e com vento frio. Você entrou, ligou a tv, comentou alguma sobre a vantagem de ter um pacote de tv por assinatura com os canais Telecine ao invés da HBO. Pra mim você podia estar dizendo qualquer coisa, eu só desejava que você não levantasse mais dali. Desejava que voltássemos no tempo, há uns 6 anos atras, onde tudo, ou quase tudo, era diferente, era mais fácil.
Foi ai então que decidi preparar um café, do jeito que a gente gosta, forte e amargo. É claro que só fiz isso para garantir que você ficasse mais tempo, mas a chuva lá fora apertava, e você precisava voltar, antes que o tempo piorasse...
Eu já previa todas essas coisas, talvez por isto não me incomodei tanto assim quando você sussurou um "tá ficando meio tarde.." Achei até que demorou demais dessa vez.
Tudo terminou com um forte - e longo- abraço e eu já começava a sentir saudades. E finalmente, como num estalo, meu coração pôde enfim se acalmar.
"Tchau, querida...até semana que vem", murmurou num tom cansado.
Tranquei a porta e voltei pro sofá. Dessa vez, passei longe do Telecine.

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