sábado, 26 de fevereiro de 2011

Simpatia é quase amor

Você chega na academia. Aquele professor sarado, lindo, musculoso e simpático te lança aquele olhar enquanto você está fazendo um exercício numa posição não muito feliz. Ele espera você terminar, chega mais perto e diz: "Que iiisso gata, tá mandando bem!"

Na noitada com amigos, você precisa fazer aquela visita rápida ao banheiro, e, enquanto caminha por entre várias pessoas, um cara percebe você, te acha bonita, e quando você chega perto segura sua mão e fala mansinho: "Oooi linda, podemos conversar?"

No metrô, cansada e com dor de cabeça. Mais um dia de trabalho/estudos se foi e você não vê a hora de chegar a sua estação de desembarque e ir pra casa. Quando de repente, a estação de uma pessoa que estava sentada se aproxima e você e mais um cara estão na disputa pela vaga. Ele te olha com um ar totalmente galanteador, estufa o peito e diz cheio de vontade : "Senta ai, princesa!"

Sendo gata, linda ou princesa, não importa. Se você é/foi alvo dessas situações peculiares, minha querida, pode jogar as mãos pro céu e agradecer. Sim, porque não?
Por mais tosca a cantada que você receba ( dentro dos limites do respeito, é claro) não custa absolutamente nada você deixar um pouco de lado sua preferência por um príncipe encantado aparecer na sua frente e declamar um lindo poema de Luís de Camões, porque, cá pra nós, isso nunca vai acontecer.
Além do mais, quem nunca teve seu ego levemente inflado cada vez que passa por uma situação dessas? O cara não precisa ser bonito não, basta ter atitude. E te fazer sentir notada.
O máximo que pode acontecer é você detestar incontrolavelmente o fato de ter passado naquela hora, por aquele lugar, naquele dia e rir do que aconteceu. Na maioria das vezes a cantada não cola, mas pode ser engraçada. E deve.
Ao invés de ficar ai, sentada, reclamando da vida à espera do cavalo branco, porque não levar na esportiva a chegada de um cavalo de tróia de vez em quando?

Pensa bem, desse jeito o seu copo vai estar sempre meio cheio.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


Nas minhas "páginas da vida" juro que escrevi muitas coisas, apaguei o que achava necessário, escrevi mais ainda, tentei modificar, inverti expressões, fiz várias reticências e coloquei exclamações e pontos finais.
Mas nada, hoje, estava satisfazendo o que eu queria traduzir em palavras.
Sou um ser tão cheio de tudo e de nada, que as vezes fica complicado remexer as coisas aqui dentro.

domingo, 20 de fevereiro de 2011


Ontem a noite sonhei com um anjo.

Mas não era qualquer anjo, eu já o conhecia. Se humano fosse, teria lá pelos seus 20 anos. Dono de uma beleza delicada e um forte brilho, era alto, pele clara, cabelos ondulados, quase cacheados...serenidade nos olhos e uma voz que mais parecia música para os meus ouvidos.
Este anjo surpreendentemente tinha marcas em seu corpo, marcas estas que traziam sua história, marcas de cores vivas e bem expostas, que não o permitiam se esconder do mundo ou passar despercebido. Era um anjo diferente.
Lembro que esse anjo me amava, amava muito e era correspondido. Como pode uma criatura de alma tão divina atrever-se a desrespeitar a vontade dos céus? Como pode ter roubado tão rapidamente um coração?
Estar com ele me trazia um misto de paz e adrenalina que eu já nem sei se estivéssemos juntos num plano real conseguiríamos sentir a mesma coisa. Era quase mágico. Na verdade, era mágico.
Como pode uma humilde alma ser tão corajosa a ponto de transformar-se em um anjo... Como pode uma mente sonhar tão alto assim?
A noite, ao contário do que se possa pensar, não foi calma. Me retorcia afetada por tanta realidade inconsciente e acordei pensando no anjo, e passei o dia pensando no anjo... agora escrevo relembrando sua feição, seu jeito e sua simplicidade. Esse anjo eu já conhecia... só nao sabia da sua capacidade de invadir, toda vez que quisesse, a mente das pessoas.

Ah... uma dúvida... pra ser anjo precisa MESMO ter asas?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Auto Escola da vida.


Ontem eu estava de "penetra" numa aula a tarde da Auto Escola. Só para constar, foi dito "penetra" não porque "entrei sem ser convidada", apenas porque a preferência naquele horário infelizmente não era minha, nem de mais 7 penetras, ops, colegas... que fique bem claro.

Conversa vai, conversa vem, e enquanto o professor não aparecia, os ânimos se enraiveciam como numa progressão aritmética (perdoem-me os matemáticos). Foi quando um dos meus companheiros de classe (Não-penetra, moreno, turrão, baixinho e revoltado) levantou rapidamente, pegou suas coisas e saiu da sala. Assim. Aleatoriamente.

Eu até teria entendido melhor se estivesse prestando mais atenção no indivíduo, mas a turma inteira pôde perceber a indignação do baixinho- turrão ao esperar cerca de 30 minutos pelo professor, e nada. Após o ocorrido um murmurinho tomou conta da sala de aula. Uns, impressionados por encontrar alguém tão ávido por assistir aulas. Outros, por simplesmente achar patética a atitude do rapaz, afinal de contas, estávamos numa Auto Escola.

Mas as coisas não são bem assim. Nem tudo que está no "contrato" é colocado em prática. As vezes, as pessoas sequer lembram das cláusulas. Muitas até fazem questão de esquecê-las, por milhões de motivos. De fato, isso não se restringe apenas a Auto Escola.
A todo momento, cláusulas e mais cláusulas perdem-se no tempo e no espaço. Cláusulas estas pertencentes ao contrato que celebramos com a nossa Auto Escola da Vida.

Aprender por si só é a mais pura certeza e o nosso maior desafio, enquanto pessoas. Está contido na cláusula principal e "impõe-se ao fiador o dever de se vincular aos termos do contrato até que a dívida seja paga". E a dívida, meu bem, é com nós mesmos.

O fato é que nem sempre dependemos exclusivamente de nós mesmos, já que não detemos o controle total do que se passa a nossa volta. Mas ter a possibilidade de aprender (por conta própria) com nossos erros é totalmente engrandecedor e nobre, quando de fato aprendemos. Muitas vezes encontramos um "eu" que não sabíamos que existia, até depararmos com situações cujo resultado dependeria exclusivamente de nossa força de vontade e de nossa disposição e coragem para fazer acontecer essa diferença.

Voltando ao assunto, acredito que a garantia que buscamos ao celebrar este contrato seja de comum acordo. Ser feliz. Com todas as dificuldades, todos os problemas, todas as contas a pagar, todas as amizades distantes, toda nossa eventual falta de fé e assim por diante.

Então, pense nisso. Assim como na Auto Escola, seja mais auto-suficiente: PRATIQUE a vida!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Bloqueio mental.


Manhã de sábado, dia nublado, estávamos aqui, separados apenas por nossos lençóis. A noite passada encaminhou a esta manhã um sentimento de vazio, uma carência de não se sabe o quê e, se esse pacto de silêncio for quebrado, uma avalanche de palavras irão perfurar a fina camada da minha pele, já sensível de tantos ferimentos. Totalmente desnecessário.

Preferi levantar cuidadosamente, já que você ainda está dormindo e me perdi no calor da água do chuveiro, a primeira coisa que compramos juntos, pelo menos ainda está funcionando, ao contário de nós. Tentei não pensar no que que estava pra acontecer, você provavelmente vai levantar, balbuciar um "Bom dia", eu irei responder e pronto, será dada a largada.

Você ainda está dormindo, então tento me esconder aqui, aproveitar o máximo esse tempo que posso ficar sozinha, sem meus pensamentos serem confundidos com seus gritos e insinuações. Juro, não consigo mais me ouvir quando você está por perto. Nessas horas a melhor coisa que faço é escrever, extravasar com as palavras, coisa que mais me peguei fazendo nas últimas
semanas, mas a escrita refletirá de certa forma o que se passa aqui,dentro de mim, dentro da gente. Serei parcial demais, não daria certo desta vez. Então, prefiro nao escrever.

Eu tento separar as coisas, mas, até que algo realmente nos faça desvencilhar de fatos e lembranças estaremos aqui, com a mente limitada. Isso é terrivel. Limitar a mente é limitar-se por completo. Estar preso é esconder-se de si mesmo. Reconhecer isto é o primeiro passo, e as
vezes o primeiro passo já é metade do caminho. Que bom, pelo menos já saimos do lugar.

Minha sensibilidade aguçada já me fazia esperar por casos e acasos nesses moldes e, por incrivel que pareça, desta vez não fui surpreendida, como eu já sabia?
Conte-me alguma novidade, diga-me alguma história,fale-me de assombração, de alma penada, de qualquer coisa, mas nao me fale sobre isso...não venha me metralhar mais uma vez, já não suporto mais. Essa história eu já sei de cor.

Você levanta, chama meu nome, digo um "oi" meio receoso e você percebe, e como se não bastasse, nem um bom dia foi dito e você já começou. Decidi, vou fazer um bloqueio mental. Você provavelmente está repassando cada coisa que aconteceu ontem a noite, achando novas fissuras em mim e fazendo questão de abri-las ainda mais, mas esqueça. Não estou te escutando. Você provavelmente está gritando cada segundo mais alto e os vizinhos já devem ter acordado mas eu não estou nem ai pra você.

Não estou nem ai pro quão irritado você está, não estou nem ai se você quiser sair por aquela porta e não voltar nunca mais. Sinta-se a vontade. Você sempre tomou as decisões por nós dois, pois bem, estou cansada de nadar contra a maré, deixo isso mais uma vez pra você, só que dessa vez eu quero a conivência, a submissão, ou sei lá o que você quiser chamar, porque pra mim, está cada vez mais claro. Isso nunca foi amor.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Não gosto de despedidas


Eu quero muito, mas muito que você vá embora daqui. Quero que você esqueça o que passou, quero que você seja feliz. Quero não ter que pensar em você de 5 em 5 minutos, e me contentar com o que sobrou: a ausência.
Eu sei que você vai voltar, as coisas boas de verdade sempre voltam e não consigo imaginar como teria sido minha vida se você não estivesse sempre aqui, perto de mim. Mas saiba que por mais que um oceano se faça presente no meio de nós, meu amor é capaz de construir uma ponte e chegar até ai no seu coração. Juro, o amor é mágico.
Não, não estou triste, perdoe essas minhas palavras sobrecarregadas de emoção, mas como ser "menos" ou "não ser completa" ao me abrir, ainda mais com você?
Vá ... mas, por favor, me leva contigo. Ai mesmo, dentro de você, nas lembranças, nas manias, na saudade. Já te disse, o amor é mágico, e tudo o que a gente quiser ele traduz, ele traz, ele indica, ele ajuda.
Sem mais delongas, você está começando a ter o que merece. E, daqui pra frente, será só FELICIDADE.
Eu te amo. Minha amiga, minha tia, minha irmã, minha menina. E, daqui pra frente, eu te prometo mais uma vez, será só felicidade.

Ah, e vê se não esquece...tô te esperando.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011


E, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer.

Caio Fernando Abreu

domingo, 6 de fevereiro de 2011


Você lembra quantas vezes já disse alguma coisa só com o olhar? Você lembra quantas vezes percebeu alguma mensagem no olhar de alguém?
Aquele olhar que te tira do sério, ou que te deixa sem palavras. Um olhar que tira sua concentração ou um olhar que reprime seus sentimentos, um olhar que machuca, um olhar que conforta.
Essas "janelas da alma" não se diferenciam apenas pela cartela de cores estampada no rosto de cada um, mas pela intensidade do sentimento que exprimem. Cabe a você ter o feeling ou a sensibilidade aguçada o suficiente... ou não. As vezes o olhar te atinge sem esforço algum e você está lá, prontinho, de braços abertos para recebê-lo..

"O que de um olhar não for captado, nos lábios não será encontrado; O que diz um olhar é o que a boca não soube falar... é o que no peito ficou calado." Só me falta encontrar nas entrelinhas de um olhar o que a boca não diz...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Delírios


Existe algo dentro do peito daquela menina pedindo pra ser jogado ao mundo. Esse algo não tem tamanho, nem cor, nem se movimenta. Limita-se a Isto. Está perfeitamente estático e ela sente como se Isto já fizesse parte dela há muito tempo.
Isto pede tanto pra ser abandonado justamente porque a sua cabeça quer que isso aconteça. De tanto ouvir e ouvir, Isto acabou absorvendo o desejo como verdade absoluta, e quem é mais forte?
Por um momento sentia-se completamente tomada e, como num estalo o telefone toca... era ele. Aquele sentimento de abandono some e, no seu lugar entra amor, apenas amor. Tanto amor que a pobre menina não sabe explicar, não sabe dizer, não sabe entender.
"Quero sumir"- dizia ela, perdida em seus pensamentos e sonhos - "Quero sumir e encontrar você em qualquer lugar. Quero dividir tudo, inclusive quem eu sou, e não sei se esse desejo me enlouqueceria mais se já estivesse contigo."
Mas paciência é uma virtude e ela não sabe se já passou do limite da paciência para a submissão. Submissão a seu carinho, a sua voz, a sua presença, a sua beleza, a seu jeito de viver.
"Onde estou, quem eu sou?"
Não sabe... não queria parar esse estado de transe pra tentar se entender agora, isso acabaria com a beleza e a sutileza do momento... entrar num mundo paralelo, num estado de graça, só de pensar nele, só de ouvir sua voz, só de rir com ele, isso é felicidade. Querer que isso aconteça dói demais. É aquilo que chamam de presença na ausência. "A presença é pelo fato de você habitar aqui, dentro de mim", pensava ela.

(...)