quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Auto Escola da vida.


Ontem eu estava de "penetra" numa aula a tarde da Auto Escola. Só para constar, foi dito "penetra" não porque "entrei sem ser convidada", apenas porque a preferência naquele horário infelizmente não era minha, nem de mais 7 penetras, ops, colegas... que fique bem claro.

Conversa vai, conversa vem, e enquanto o professor não aparecia, os ânimos se enraiveciam como numa progressão aritmética (perdoem-me os matemáticos). Foi quando um dos meus companheiros de classe (Não-penetra, moreno, turrão, baixinho e revoltado) levantou rapidamente, pegou suas coisas e saiu da sala. Assim. Aleatoriamente.

Eu até teria entendido melhor se estivesse prestando mais atenção no indivíduo, mas a turma inteira pôde perceber a indignação do baixinho- turrão ao esperar cerca de 30 minutos pelo professor, e nada. Após o ocorrido um murmurinho tomou conta da sala de aula. Uns, impressionados por encontrar alguém tão ávido por assistir aulas. Outros, por simplesmente achar patética a atitude do rapaz, afinal de contas, estávamos numa Auto Escola.

Mas as coisas não são bem assim. Nem tudo que está no "contrato" é colocado em prática. As vezes, as pessoas sequer lembram das cláusulas. Muitas até fazem questão de esquecê-las, por milhões de motivos. De fato, isso não se restringe apenas a Auto Escola.
A todo momento, cláusulas e mais cláusulas perdem-se no tempo e no espaço. Cláusulas estas pertencentes ao contrato que celebramos com a nossa Auto Escola da Vida.

Aprender por si só é a mais pura certeza e o nosso maior desafio, enquanto pessoas. Está contido na cláusula principal e "impõe-se ao fiador o dever de se vincular aos termos do contrato até que a dívida seja paga". E a dívida, meu bem, é com nós mesmos.

O fato é que nem sempre dependemos exclusivamente de nós mesmos, já que não detemos o controle total do que se passa a nossa volta. Mas ter a possibilidade de aprender (por conta própria) com nossos erros é totalmente engrandecedor e nobre, quando de fato aprendemos. Muitas vezes encontramos um "eu" que não sabíamos que existia, até depararmos com situações cujo resultado dependeria exclusivamente de nossa força de vontade e de nossa disposição e coragem para fazer acontecer essa diferença.

Voltando ao assunto, acredito que a garantia que buscamos ao celebrar este contrato seja de comum acordo. Ser feliz. Com todas as dificuldades, todos os problemas, todas as contas a pagar, todas as amizades distantes, toda nossa eventual falta de fé e assim por diante.

Então, pense nisso. Assim como na Auto Escola, seja mais auto-suficiente: PRATIQUE a vida!

2 comentários:

Rafael Suhett disse...

O que eu mais fui na auto-escola era "penetra", não tinha dia e nem turno certos, até alguns sábados eu estava por lá. Eu era o "penetra-fiel" da auto-escola, acho que conheci todos os alunos ativos daquela época...rsrsrs

Agora na auto-escola da vida, o aprendizado é eterno.
Vou citar um exemplo pelo seu texto. Um exemplo onde predomina a ignorância dos seres humanos (mais de 90%). Não somente na auto-escola, mas na rua, no ônibus, no shopping, no supermercado, etc.

3°p - "Após o ocorrido, um murmurinho tomou conta da sala de aula"

Esse murmurinho, foram pessoas falando, citando, comentando, julgando ou discutindo erroneamente a atitude de outra pessoa...
Mas com certeza, ninguém pensou que aquele rapaz estava se ausentando por que veio de muito longe só para aquela aula, ou faltou um trabalho, ou teve um dia estressante, ou estava passando por sérios problemas pessoais, ou quaisquer outros problemas. Ou então teve todos esses problemas ou a maioria deles de uma só vez, já pensou??
Mas o comum é ele ter sido chamado de maluco, de estressado, de durão, de impaciente ou qualquer outro adjetivo de mesma natureza, que é comum uma pessoa qualificar outra. Talvez um ou dois tenha pensado diferente, mas com certeza a grande maioria não.
O "murmurinho" por si só já revela a falta de caráter dos envolvidos, porque ele só aconteceu depois do rapaz ter saído de sala. Ou seja, falaram mal por detrás.
Ninguém sabe o que se passa no coração de outra pessoa.
Esse é um aprendizado que tive e que muitos ainda não têm.
Por isso ainda criticam, julgam ou ofendem de certa forma seu semelhante. Seja pela aparência, por uma atitude, pela forma de se vestir, de falar, pelo que é e pelo que deixa de ser...
As pessoas quando querem ser contra têm grande tendência em apresentar argumentos falaciosos, o que geram informações erradas sobre outras pessoas.
Começam errado e terminam pior ainda, e o mais errado da história é sempre quem comenta, critica e julga.

Infelizmente ainda é assim!

Nossa eterna auto-escola da vida!!


Rafael Suhett

Hannah Ramos disse...

" Mas com certeza, ninguém pensou que aquele rapaz estava se ausentando por que veio de muito longe só para aquela aula, ou faltou um trabalho, ou teve um dia estressante, ou estava passando por sérios problemas pessoais, ou quaisquer outros problemas."

Um forte ponto de vista! Assino embaixo!