terça-feira, 25 de janeiro de 2011

QUASE tudo o que é demais enjoa.


Você já se perguntou porque isso acontece? Imagine Agosto, quase fim do ano, milhões de tarefas por fazer, inúmeros compromissos, noites viradas, cansaço, necessidade por férias. Não há como negar que o desejo por descanso seja imprescindível e, há quem diga, o motivador para a finalização de mais um ano de trabalho e estudos.
Pensar nos dias de paz, onde você poderá acordar a hora que quiser, no momento que quiser, planejar seus dias da forma que lhe convêm são tarefas mais que estimulantes e, basta as férias chegarem que, após um mês sem fazer absolutamente NADA que o anseio por dias mais agitados e rotineiros, com aquela pitada de emoção, se manifesta. Maluquice? Não, apenas "humanidade".
Nós, tão acostumados a essa vida agitada, trabalho, compromissos, estudos, prazos, contas, amigos, família, às vezes não nos damos conta que devemos e precisamos acionar o STOP de vez em quando, daí tantos workaholics, pessoas que passam noite adentro sendo regidas e motivadas por prazos e medos (nem sempre são as férias) e que necessitam trabalhar e trabalhar e trabalhar, por competitividade, ganância, necessidade de sobrevivência. Cada um do seu jeito.
Não tiro o mérito e não escondo minha admiração por aqueles que levam à sério sua vida e seu trabalho, e procuram aproveitar ao máximo as oportunidades que forem aparecendo, e serem o melhor que puderem. Mas é preciso levar a si mesmo mais a sério...
Os exageros não estão só ai. Bagunça demais enjoa, bebida demais enjoa, doce demais enjoa. Ser sempre a mesma coisa todo dia enjoa, andar pelo mesmo caminho a pé todo dia enjoa, escutar a mesma música mil vezes enjoa, ouvir a mesma gíria mil vezes de várias pessoas diferentes enjoa,violência demais enjoa, desprezo demais enjoa, descaso demais enjoa, praia demais enjoa, rotina enjoa, férias enjoa, perfume demais enjoa, beber café nunca enjoa.
Num relacionamento, nem sempre quanto mais amor se dá, mais se tem, e é bem capaz desse amor todo não ser correspondido por justamente sufocar a pessoa de tanto sentimento e não abrir espaço e permitir que ela tenha algum tipo de retorno.
Nas amizades, pegar sempre no pé do seu melhor amigo também não é nada conveniente. Sim, amamos e queremos bem, nos preocupamos e esperamos sempre o melhor na vida de quem a gente ama, mas ciúmes têm limites e o amor que a amizade é capaz de unir não pode ser menor que os sintomas de possessividade. Ninguém é propriedade alheia, a não ser que você queira que isso aconteça. O espaço próprio, a intimidade preservada e a liberdade de cada um são coisas pelas quais não devemos abrir mão nunca. E isso é respeitar a si mesmo e ao outro.
Existem inúmeras coisas pelas quais eu poderia dedicar um longo e prazeroso tempo escrevendo, mas acho que até aqui o recado está dado. Quem sabe um dia eu escreva sobre as coisas que são demais e não enjoam? Fica ai a intenção.