quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Re- começo.



Fazia um tempo que ela não pisava por lá. Tinha medo de pegar gosto e não querer mais sair, e dar vontade de voltar todo dia.

Ok, problema nenhum nisso tudo. A não ser por seu medo ser, de fato, de se arrepender das escolhas que fez e perceber que a atitude de retornar àquele lugar seja sinônimo de retrocesso. Ou perda de tempo, por antes apostar em algo que nada tinha a ver com tudo aquilo.

Ela pensava demais. Ainda me questiono se isso tudo é fruto de tanta leitura.

Certa vez, em meio a um caminho que fazia diariamente em direção em seu trabalho, reparou numa árvore que nunca esteve ali ao logo daqueles três longos anos. Seria tamanha distração e falta de sensibilidade? Ou seria seu coração leve, agora mais doce e aberto ao mundo a sua volta? Olha o que o medo faz.

O medo nos deixa alerta, despertos e  ironicamente preparados. É por isso que, as vezes, sentir medo não nos coloca numa posição de desvantagem, porque a gente percebe o que acontece em nossa volta de uma forma diferente, temendo e ao mesmo tempo ansiando por enfrentar aquilo que mais nos toca. E ela, no auge dos seus sonhos e na inocência de seus simbólicos 24 anos, levou um fenomenal banho de água fria que muita bonitinha por aí sequer sentiu respingar.

Tantas dúvidas.

Poderia procrastinar, fingir que não ligava, esquecer a ânsia de estar lá mais uma vez, mas aquilo parecia ter sido feito pra ela. Era ali que devia estar, para sempre. Era ali que devia estar. Para sempre.

Então, voltou. E o medo se foi.

Era só recomeçar.

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