quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Manu frustrava-se constantemente. Ao fim de cada tentativa... um fracasso. Até quando se permitia de verdade, estava de fato "aberta", uma porta parecia se fechar. As vezes as tentativas duravam um tempo considerável, mas no fim acabava tudo da mesma forma como começava... Ela se questionava a todo tempo... via suas amigas, companheiras de trabalho, suas vizinhas e se perguntava constantemente "por que não eu?"
A rotina, aquelas pessoas hipócritas com quem convivia, as mentiras, a vida sob pressão a consumiam de uma forma que as vezes Manuela sentia que lhe faltava tempo para cuidar de si.
Os dias já não eram mais tão prazerosos, as noites cada vez mais solitárias... até os programas de tv estavam ficando insuportáveis, ela nao sorria e nao fazia questão de mudar.
Havia vezes em que tudo o que mais desejava era passar o dia enrolada no seu edredon, andando por aquele apartamento minúsculo.. sentindo a aproximação de todos os sentimentos melancólicos possiveis, porém reconfortantes, que ultimamente haviam acampando em sua cabeça e sentia-os um por um, com toda a intensidade que conseguia.
Não queria saber do que havia do lado de fora da sua janela, não se importava mais com aquele mar que estava a frente do seu apartamento, com o dia de sol que fez outro dia, com a alegria que sentia ao estar com seus amigos, com as preocupações saudáveis do cotidiano.. só pensava nela mesma e em como alimentava tais sentimentos..

Ela era só mais uma.. a partir do momento que esquecia de viver... era só mais uma... pobre Manuela...

Um comentário:

Rafael Suhett disse...

São as próprias pessoas os verdadeiros culpados pela própria infelicidade, geralmente são pessoas que deixaram de lutar pelos seus sonhos, e quem deixa de lutar por eles, acaba deixando de viver. Se tornam infeliz porque simplesmente não valorizam o belo, não dão valor ao que temos de mais valor e importância, e por isso não se libertam.

"A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." Ghandi.